11 livros para ler antes de morrer: #3 Agassi

“Agassi” trata-se da autobiografia de André Agassi, lançada em 2010. O tenista foi um dos maiores nomes da história do esporte, tendo chegado ao 1o lugar no ranking mundial e ganhado 61 títulos em 17 anos de carreira (1990-2006).

O cara foi melhor do mundo, teve mulheres lindas, é uma celebridade e ganhou mais dinheiro do que poderia gastar. Por isso, quando fui ler sua biografia já imaginava o que vinha: aquele papinho de “sempre fiz o que amei”, “sou um homem realizado e privilegiado” e dois ou três pseudo-segredos pra simular alguma novidade. Pois é, me dei mal. O que Agassi conta no livro não é nada disso.

 Para começar, ele sempre detestou tênis. Só seguiu o esporte por imposição do pai, que quando criança obrigava-o a treinar diariamente. Sua vida foi uma eterna briga dele contra ele mesmo e contra o mundo à sua volta. A personalidade forte e a exigência psicológica e física do esporte, técnico e individual, apenas tornaram a trajetória de Agassi mais acidentada.

 Com uma escrita insinuante, que até esboça algum estilo, boa parte do livro relata situações importantes e polêmicas através do fluxo de pensamento do personagem. Não é uma biografia de fatos, mas sim uma obra introspectiva e impressionantemente íntima. Ele fala sem pudor da rebeldia da juventude, de quando entregou um jogo, do casamento que deu errado e do envolvimento com drogas. Tudo sem lalalá.

“Agassi” é diferente de todas as outras biografias que li: não apela para a grandeza do personagem, não o enaltece (pelo contrário), é bem escrita e faz um mergulho pessoal profundo. Confesso que fui ler esperando o pior, mas agora recomendo-o fortemente. Vale a leitura!

Deixe um comentário